Tele-presença Desincorporada e a Distância da Realidade

Hubert Dreyfus


Ela podia ver a imagem de seu filho, que vivia no outro lado do planeta, e ele podia ver ela... O que é isto, querido? ... quero que você venha me ver. Mas eu posso ver você! ela exclamou. O que mais você quer? ... Eu vejo alguma coisa como você... mas eu não o vejo. Eu ouço algo como você por este telefone, mas eu não o ouço. A beleza imponderável, declarada pela desacreditada filosofia para ser a essência atual do relacionamento, foi ignorada pela máquina...
E. M, Forster. "The Machine Stops"



Artistas veêm além do seu tempo. Assim, apenas depois da virada do século, E. M, Forster pressentiu e lamentou uma época em que cada pessoa seria capaz de ficar sentado em sua casa por toda a sua vida, mantendo-se em contato com o mundo eletronicamente. Agora nós quase estamos neste estágio da nossa cultura. Nós podemos manter os mais recentes eventos no universo, fazer compras, pesquisar, comunicar com nossa família, amigos, e colegas, conhecer pessoas novas, jogar jogos, e controlar robôs por controle remoto, tudo sem sair de nossas casas. Quando nós estamos engajados em tais atividades, nossos corpos parecem irrelevantes e nossas mentes parecem estar presentes onde quer que o nosso interesse nos leve.

Como nós temos visto, alguns entusiastas alegram-se que, graças ao progresso alcançando pela tele-presença, nós estamos a caminho de deixar nossos corpos e nos tornar onipresente e, no final das contas, imortal. Outros preocupam-se que, se nós ficamos em nossos lares e só nos relacionamos com o mundo e com outras pessoas pela a internet, nós seremos isolados e depressivos, como o estudo de Carnegie-Mellon, mencionado na Introdução, parece confirmar.

O mais recente e extenso estudo da Universidade de Stanford confirma este isolamento, mas não levanta a questão da solidão e da depressão. The New York Times noticiou:

Ao contrário do estudo de Carnegie-Mellon com o foco em questões psicológicas e emocionais, o estudo de Stanford é um esforço para prover um largo quadro demográfico do uso da internet e seu potencial impacto na sociedade. ...Mr.Nie (diretor da pesquisa) declarou que a Internet estava criando uma nova e vasta onda de isolamento social nos Estados Unidos, elevando o espectro de um mundo atomizado sem contato humano ou emoção.

Os pesquisadores de Stanford, como os patrocinadores do estudo de Carnegie-Mellon, estavam surpresos pelos seus achados. Eles lamentam que ninguém está tentando olhar à frente disso e que nós perderemos se nós nos limitarmos às interações desincorporadas. "Ninguém está perguntando a questão óbvia sobre qual o tipo de mundo que nós estamos indo viver quando a Internet tornar-se onipresente", disse Mr. Nie. Considerando que isso é precisamente o que nós estamos tentando fazer aqui, nós temos melhorado com nosso trabalho.

Os amantes da Internet reivindicam que logo nós poderemos viver nossas vidas por uma vasta rede que ficará mais densa, como um tecido ou como um oceano invisível no qual nós nadaremos. Eles vêem isto como uma ótima oportunidade. Wired Magazine nos conta:

A metáfora de hoje é a rede - uma vasta expansão de pontos de contato amarrados juntos na escuridão, entre buracos abertos. Mas como as linhas tornam-se inevitavelmente mais firmes, a malha preencherá uma estrutura, e então - sem vazios - em um todo - será uma presença penetrante, poderosa e notável. ...Nas palavras de Eric Brewer, um especialista em segurança computacional e computação paralela, isto será uma gigante, ampla e invisível infra-estrutura que torna melhor sua vida.

Devido ao fato que muitas pessoas concordam agora que as coisas estão evoluindo, nós brevemente viveremos as nossas vidas através de uma vasta, invisível e interconectada infra-estrutura, nós certamente perguntamos: isso, sem dúvida, tornará nossas vidas melhores? O que seria ganho e o que, se alguma coisa, seria perdida se nós fossemos levados a deixar os nossos corpos situados em troca de tele-presença onipresente no espaço cibernético? Nós podemos segmentar está pergunta em duas: como o relacionamento do mundo através da tecnologia afeta o nosso senso geral da realidade? E o que, se alguma coisa, é perdida quando os humanos começam a relacionar-se pelo meio da tecnologia? Para responder estas questões nós primeiramente teremos que explorar a questão geral: o que é tele-presença e como ela está relacionada com as nossas experiências diárias de estar na presença de pessoas e coisas?

Na modernidade, tendemos a perguntar como nós podemos alguma vez sair do nosso interior, numa experiência subjetiva como estar na presença de pessoas e coisas no mundo exterior? Enquanto isso, surgi uma questão importante para nós agora, que não foi sempre levada a sério. Os gregos achavam que os seres humanos eram como cabeças vazias voltadas em direção ao mundo. São Augustinho trabalhou duro para convencer que elas tinham vida interior. Em suas Confissões ele sai de seu caminho para comentar o surpreendente fato que Santo Ambrósio podia ler para ele mesmo. "Quando ele lia, seus olhos examinavam a página e o coração explorava o significado, mas sua voz era silenciosa e sua língua imóvel." Mas a idéia que havia um mundo interior não tinha verdadeira segurança até o início do século XVII quando três influências levaram René Descartes a fazer a distinção moderna entre os conteúdos da mente e o resto da realidade.

Para começar, instrumentos como o telescópio e o microscópio eram extensões dos poderes perceptivos do homem, mas junto com esses acessos indiretos vieram dúvidas sobre a autenticidade do que alguém parecia ver por meio de tais aparelhos. A igreja duvidou do relatório de Galileo sobre a localidade sol e, como Ian Hacking nos diz, "no período de 1860 havia sérios debates como se os glóbulos vistos através do microscópio eram artefatos do instrumento ou elementos genuínos de material vivo (eles eram artefatos)".

Ao mesmo tempo, os próprios órgãos dos sentidos estavam sendo entendidos como transmissores trazendo informações para o cérebro. Descartes foi pioneiro nesta pesquisa com uma descrição de como o olho respondia a luz e passava informações para o cérebro por meio de pequenas fibras do nervo óptico. De maneira semelhante, Descartes entendeu que outros nervos levavam informações sobre o corpo para o cérebro e de lá para a mente. Descartes achou que isto mostrava que o nosso acesso para o mundo é indireto, isto é, estas coisas nunca estão diretamente presentes para nós.

Ele então foi além e usou um relatório de pessoas com um membro fantasma para transformar em questões nossas experiências semelhantes e diretas de que nós temos corpos: Foi-me afirmado por homens cujo braço ou perna tinham sido amputados e que ainda lhes parecia que ocasionalmente sentiam dor no membro que haviam perdido - assim dando me base para pensar que eu não poderia estar tão certo que uma dor que persiste era sem dúvida do membro no qual eu parecia sentir.

Então, Descartes concluiu que nós nunca estamos presentes para o mundo ou mesmo para nossos próprios corpos, mas que tudo que nós podemos diretamente experienciar está no conteúdo das nossas próprias mentes. E, sem dúvida quando nós nos engajamos numa reflexão filosófica parece que temos que concordar com Descartes. Ela nos parece para que nós não temos acesso direto ao mundo externo, mas somente as nossas experiências privadas e subjetivas.

Se esta era nossa verdadeira condição, então a imediata informação abrangendo objetos distantes e pessoas transmitida para nós pela Internet como a tele-presença estaria tão presente como qualquer coisa que poderia se obter. Mas, em resposta ao clamor cartesiano que todas as nossas experiências no mundo são indiretas e pragmatistas, tais como William James e John Dewey enfatizaram que a questão crucial é se a nossa relação para o mundo é de um espectador separado sem o corpo ou um agente incorporado envolvido. Na análise deles, o que nos dá o nosso sentido de estar em contato direto com a realidade é que nós podemos controlar eventos no mundo e conseguir o retorno referente ao que nós temos feito.

Mas mesmo este tipo de controle e retorno não é suficiente para dar ao controlador um senso de contato direto com a realidade. Desde que nós estamos controlando um robô com o retorno atrasado, como Ken Goldberg's Telegarden arm ou o Mars Sojourner, o que nós vemos na nossa tela parecerá ser intermediado pelo nosso equipamento de longa distância e por tanto verdadeiramente tele-presença.

Nesse caso, vem um ponto de controle de um robô interativo, entretanto, onde nós somos capazes de enfrentar habilidosamente essas coisas e pessoas em tempo real. Então, como numa cirurgia de laboroscopia, por exemplo, o médico sente-se presente no lugar do robô, o modo como as pessoas cegas se sentem presente no lado extremo de suas bengalas. Embora o controle interativo e o retorno podem nos dar um sentido de estar diretamente em contato com os objetos que manipulamos, isso pode ainda levar nos ao contato com a realidade. Alguma coisa sobre distância ainda enfraquece o nosso senso de presença direta.

Pode-se pensar que o que está faltando na nossa experiência enquanto sentamos em casa e controlamos por controle remoto o nosso carro, por exemplo, é um constante estado de alerta para os perigos eminentes e riscos. Evitar situações extremamente arriscadas é preciso, porque veículos com controle remoto para exploração de planetas e ferramentas para manipular substâncias radioativas foram desenvolvidas em primeiro lugar; mas, diariamente no mundo, nossos corpos estão sempre potencialmente em situações de riscos. Então, quando nós estamos no mundo real, não apenas nossas mentes, mas enquanto seres humanos vulneráveis que somos devemos constantemente estar atentos para os perigos eminentes com o nosso corpo. Talvez quando este senso de vulnerabilidade está ausente toda a nossa experiência é vista como irreal, mesmo se, envolvido em um tipo de exibição interativa super-Imax, nós estamos balançando para trás e para frente, como um carro se inclinando em curvas perigosas. Mas, não estamos crédulos no triunfo da tecnologia tais como os Extropians estão certos neste ponto? Nós não poderíamos desenvolver um mundo tão tecnologicamente controlado que não seria mais necessário nos manter alerta todo tempo? E isto ainda não pareceria real?

Maurice Merleau-Ponty tentou responder esta questão, refutou Descartes, descrevendo apenas o que nos dá o sentido do mundo está diretamente apresentado a nós. Ele afirma que há um tipo de necessidade básica que é a necessidade de segurança - a necessidade que nós nunca podemos banir enquanto nos tivermos corpos. É a necessidade de conseguir o que Merleau-Ponty chama controle otimizado do mundo. Merleau-Ponty indica que, quando nós estamos olhando para algo, nós tendemos, sem pensar sobre isto, encontrar a melhor maneira para entendê-la tanto no todo como em partes isoladas. Quando agarramos algo nós tendemos a fazer isto da melhor forma de controla-lo. Merleau-Ponty diz:

Para cada objeto tal como para cada pintura de uma galeria de arte há uma distância exata, a qual é requerida para vê-la: ...numa distância curta ou longa nós temos uma percepção borrada através do excesso ou falta da mesma. Nós, entretanto, tendemos ao máximo de visibilidade e procuramos um foco melhor, como o de um microscópio.

De acordo com Merleau-Ponty é o corpo que procura esta otimização:

Meu corpo é despertado para o mundo quando minha percepção apresenta um espetáculo tão variado e tão claramente articulado quanto possível, é quando esta percepção motora se desenvolve, recebe as respostas que ela espera do mundo. Esta máxima agudeza da percepção e ação aponta claramente para uma percepção da bagagem e da base da minha vida, uma configuração geral na qual meu corpo pode coexistir com o mundo.

Então, a percepção é motivada pela subjetividade da experiência em nossas habilidades perceptivas que servem para tornar os objetos suficientemente determináveis para nós conseguirmos o controle otimizado deles. Além disso, nós não gostaríamos de evoluir além da tendência dos nossos corpos de se moverem tanto para conseguir o controle no mundo, desde que essa tendência é que nos leva a organizar nossa experiência de estruturar os objetos em primeiro lugar. Sem nossa constante percepção de incerteza e instabilidade do nosso mundo e constante movimento para superar isso, nós não teríamos o mundo estabelecido como tal.

Não é apenas como cada um de nós sendo um corpo ativo lidando com as coisas, mas, como incorporado, nós experimentamos um constante estado de alerta para lidar com as coisas em geral que vai além de estar alerta com algo específico. Merleau-Ponty chama este estado de alerta incorporado de nosso Urdoxa ou "crença primordial" no mundo real. É o que nos dá a percepção exata da presença das coisas. Então, para haver um senso de presença ou tele-presença não apenas teríamos que ser capazes de manter o controle das coisas à distância, mas também necessitaríamos ter um senso do contexto, solicitando um constante estado de alerta para manter o controle no que mais vier além disso.

Esta percepção de estar sendo incorporado num mundo no qual estamos aptos a lidar é mais fácil de ver se nós contrastarmos nossa experiência de presença direta de outras pessoas como a tele-presença, como a tele-conferência. Pesquisadores desenvolvendo equipamentos para promover a tele-presença esperam adquirir uma percepção cada vez mais, de fato, elevada estando na presença de pessoas distintas e eventos pela introdução de televisores de alta resolução e sistemas de som envolventes, adicionando canais de tato e olfato. Cientistas concordam que a tele-presença completa requer um sistema de exibição transparente, imagem de alta resolução e campo de visão, uma multiplicidade de canais de informação (informação tanto visual quanto auricular, e ainda dados sobre o meio ambiente tais como o nível de umidade e temperatura do ar) e uma consistência de formação entre os mesmos. Eles acreditam que quanto mais multicanais em tempo real e tele-tecnologia acoplada a interatividade nós tivermos, mais real percepção da presença de pessoas e objetos distantes teremos.

Mas ainda assim, um sistema de multicanais talvez não seja o suficiente. Dois roboticistas de Berkeley, John Canny e Eric Paulos, criticam a tentativa de acabar com a interação humano-humano dentro de um conjunto de canais de comunicação, de contexto independente tais como: vídeo, áudio, etc. Eles afirmam que dois seres humanos conversando face a face dependem de uma sutil combinação de movimentos dos olhos, da cabeça, gestos e postura, então interagem em modo mais complexo do que muitos roboticistas acreditam. Estudos sugerem que uma percepção holística da interação incorporada pode ser crucial para os contatos humanos diários, e que essa intercorporealidade, como Merleau-Ponty nomeia, não pode ser capturada adicionando-se juntos imagem tridimensional, som estéreo, robôs por controle remoto e etc.

Somente o que está se perdendo pode ser melhor visto se retornarmos a questão do aprendizado à distância. Nós terminamos o último capítulo perguntando se a presença requerida do professor para o aprendizado inicial poderia ser capturada por tele-presença. Nós estamos agora em posição de sugerir uma resposta a esta questão, mas melhor que olhar os seis estágios de aquisição de competência de aprendizado do ponto de vista do aluno, nós olharemos o aprendizado pelo ponto de vista do professor, e perguntaremos o que, se há algo que o professor perde tentando ensinar à distância?

Se o professor está apenas gravando a fita de vídeo não há tele-presença, e um grande aspecto é certamente perdido. Por exemplo, se o risco é importante num processo de aprendizagem, então quando o professor e os alunos estão juntos, ambos assumem um risco que não está lá quando eles não estão interagindo - o risco do aluno sendo chamado a demonstrar o seu conhecimento do assunto da palestra e o risco do professor sendo questionado sobre algo que ele não pode responder. Se esse é o caso, então isso pode significar que o ensino à distância não apenas pode produzir oportunidades deficientes de aprendizado, mas também pode produzir professores fracos.

É verdade que nós acreditamos que os professores ensinam os alunos, mas é também o caso em que no ambiente interativo da sala de aula os alunos ensinam os professores. O professor aprende que certos exemplos funcionam ou não, que alguns materiais devem ser apresentados diferente de outros e que ele estava simplesmente errado sobre algum fato ou teoria, ou ainda que havia um modo melhor de olhar a questão como um todo. É dito, que uma boa universidade é aquela que tem professores estudantes, mas uma ótima universidade é aquela que tem apenas estudantes. Então se, a educação passiva à distância retira o risco do aprendizado e ensino, priva os alunos e estudantes do que é mais importante, aprender como aprender.

O desafio é o aprendizado à distância em vídeo ao vivo e interativo, embora este não seja o uso encontrado como custo-efetivo para Web pelos provedores e além do mais atrativo. Além disso, é o tipo de tecnologia que poderia produzir tele-presença se qualquer coisa puder. David Blair tem contribuído muito tanto com sua experiência na presença dos alunos na sala de aula quanto o tele-ensino interativo. Aqui estão algumas de suas observações.

Em primeiro lugar, eu estou sempre atento a tudo o que está acontecendo na sala de aula, além de estar atento ao aluno que está perguntando ou comentando. Às vezes quando perguntam uma questão eu posso ver perifericamente outros alunos balançando a cabeça em concordância com a questão. Isso indica que esta questão é importante para o resto da classe, então eu teria mais cuidado em respondê-la corretamente. No outro lado do espectro da atenção, posso ver de novo perifericamente quando os alunos estão entediados, dormindo ou conversando entre eles. Isso significa que eu tenho que acertar o passo da palestra e tentar ganhar sua atenção novamente. No ensino de alunos à distância eu não posso controlar para onde a câmera está apontada e o que ela aproxima, o modo como eu controlo o que atrai minha atenção quando a classe está em minha frente.
Em segundo lugar, enquanto estou ensinando eu estou imerso no ponto de vista que é mais confortável ou informativo para mim - um ponto de vista que pode ser diferente de palestra para palestra e ainda pode mudar durante a mesma. Talvez isso seja similar a noção de máximo controle de Merleau-Ponty. Para encontrar este ponto de vista requer que eu seja capaz de me mover ao redor durante a palestra às vezes me aproximando e me afastando dos estudantes.
Finalmente, muito da percepção da presença imediata dos estudantes em uma aula vêm da minha habilidade de manter contato visual com eles. Minha experiência com o CU-CMe (vejo você e você me vê) tecnologia nos computadores que você não pode fazer contato visual através de um canal, não importa quão boa a transmissão seja. Para olhar dentro dos olhos eu teria que olhar diretamente dentro da câmera, mas então eu não seria capaz de ver os olhos das outras pessoas, desde que para fazer isso eu teria que virar da câmera para a imagem do estudante na tela. Você pode olhar para a câmera ou para a tela, mas não para ambas ao mesmo tempo.


O que é perdido então na tele-presença é a possibilidade do controle do movimento do meu corpo para conseguir o melhor controle do mundo.

O que é também perdido ainda na interatividade do vídeo é a percepção de contexto. No ensino, o contexto é o humor na sala de aula. Em geral o humor determina como as pessoas percebem o que elas estão vivenciando. Nosso corpo é o que nos torna aptos a estar em sintonia com o nosso humor. Pergunte a si mesmo, se você fosse um telespectador em uma festa, você seria capaz de compartilhar o humor do ambiente? Por outro lado, como Heidegger aponta, se você está presente é difícil resistir a compartilhar a animação ou depressão do momento. Além disso, há sempre um pouco de humor compartilhado na sala de aula e isso determina o que importa - o que é vivenciado como excitante ou tedioso, saliente ou marginal, relevante ou irrelevante. O humor certo mantém os alunos envolvidos dando a eles o senso do que é importante.

Como um bom professor, Blair é sensível ao humor na sala de aula. Ele escreve:

Quando eu me tornei um palestrante mais experiente, eu comecei a ter uma percepção da classe, não apenas como um grupo de alunos, mas como um todo - como uma única entidade. Eu acredito que a classe como um todo é atenta, responsiva, ou não responsiva, amigável, ou cética, etc. Este sentimento não apenas é a soma de certos alunos que aparecem neste modo, mas é um tipo de sentimento geral. Eu posso conseguir este sentimento sem uma percepção de qualquer estudante individualmente, exemplificando estas características. Eu não acredito que qualquer aparelho de telecomunicação possa me tornar capaz de conseguir ter esta sensação quando vejo a audiência à distância.

Talvez, se possa ter a percepção da importância de muitas das tênues interações que tão habilmente Blair descreve considerando o fato de que as pessoas pagam em média sessenta dólares por um lugar para assistir uma peça, muito embora eles possam ver um filme por um quinto deste preço. Isso obviamente tem a ver em estar na presença dos atores. Presumidamente os atores, como bons palestrantes que são, a todo momento tenuamente, amplamente, e inconscientemente ajustáveis as respostas da audiência e então controlam e intensificam o humor do teatro. Portanto, a co-presença da audiência e do ator proporciona a esta audiência a possibilidade de interação direta com o ator. Parece claro que essa comunicação entre os atores e audiência traz vida ao espetáculo. Também o espectador do teatro pode escolher a quem ele fixa o olhar, enquanto em um filme esta escolha é feita pelo diretor. Portanto, o espectador do teatro está ativamente envolvido no que acontece em frente a ele, e isso contribui a sua percepção de estar presente no mesmo mundo que os atores.

Esse modo de olhar a importância da presença corporal levanta uma nova questão. Filmes e CDs são diferentes de peças e concertos, mas cada um, ao seu modo, parece tão controlado quanto incorporado neles mesmos. Claramente, alguns atores de teatro podem aprender atuar em filmes, e alguns aristas de rua podem ser bem sucedidos como músicos de estúdio, capazes de produzir um efeito intenso sem o retorno da audiência. Isto pode ser possível, então, para um palestrante usar o retorno das câmeras e microfones que mostram estudantes distantes, para envolve-los na palestra, sem precisar administrar humor no ambiente. Esta possibilidade não pode ser excluída. Nós somente teremos que esperar e ver se educação à distância cria uma marca nova de tele-professores - professor-ator que são tão eficazes quanto os professores atuais ao vivo.

Ainda, se nós seguimos a comparação do filme/peça até o fim, a idéia que o tele-professor poderia se igualar ao poderoso efeito de um professor qualificado que está presente no mesmo ambiente com os seus estudantes parece improvável. Sem o senso de humor no ambiente assim como, o risco compartilhado, o envolvimento dos estudantes com um professor-ator quase seguramente serão menos intenso que o de estudantes e professores presentes que reagem um ao outro. Assim, parece que, determinado o modelo de habilidade que eu propus no começo deste capítulo, pelo menos no domínio da educação, cada avanço tecnológico faz o ensino mais econômico e flexível, por fazer o professor e o aluno imediatamente menos presentes um ao outro, tornando o ensino menos efetivo. A pessoa esperaria ver um declínio em envolvimento e efetividade, de aulas particulares para ensino em sala de aula, para corredores de grandes conferências. para vídeo interativo, para cursos assíncronos baseados na Rede.

Dado este comércio de trocas econômicas e eficácias, nos parece que podemos terminar bem com dois sistemas educacionais, onde quem pode dispor disto pagará cinco vezes mais que os estudantes à distância pagam, para estar na presença de seus professores. Isto não chegaria a um elitismo muito diferente do elitismo inglês de Oxford e vis-à-vis de Cambridge das outras universidades que não têm aulas particulares - o mesmo elitismo que, de acordo com Hundt, produz o nivelamento democrático através aprendizado à distância está suposto a eliminação.

A inferioridade do aprendizado à distância ao nível de faculdade parece clara, mas sobre o ensino vocacional e pós-graduado que é pensado para ser o forte da Internet? Um estudo das vantagens da educação contínua na Internet caracteriza o jargão e o característico e perdido otimismo da área.

Educação distribuída abrange a educação à distância mas vai além da imaginação de uma fragmentação global dos recursos educacionais em componentes modulares de excelência, que podem ser reunidos por qualquer organização no ' negócio * de certificar a garantia e qualidade da realização do aprendizado (certificados e graus). O resultado deveria ser convenientemente acessível, um ambiente educacional enriquecido que integra a distribuição da rede de armazenamento de ensino e conversações assíncronas e síncronas dentro do aprendizado das comunidades de novos estudantes, seus mentores especialistas, e o seu conselheiro educacional do curso.

Tal reivindicação não entende por completo o ponto de aconselhamento e aprendizagem. Como nós já vimos, o papel do professor é passar para o aprendiz a habilidade de aplicar a teoria de algum domínio no mundo real. Mas, alguém poderia perguntar, por que não só se grava o professor no trabalho e transmite -se a imagem dele ao seus tele-aprendizes? Por exemplo, por que não só pôr uma câmera na cabeça de um médico ensinando para os internos em sua volta com um microfone, de forma que o tele -interno possa ver e ouvir o que o médico e os internos que estão presentes vêem e ouvem?

O que, se há algo, os tele-internos perderiam? A resposta está novamente imersa no contexto. Uma câmera fixada à testa do médico vai, realmente, olhar onde quer que ele focalizasse sua atenção, assim os tele-internos poderiam ver bem até melhor que aqueles que realmente estão no hospital presenciando o que o médico está vendo no exato momento. Mas o problema é que a responsabilidade do médico com a inteira situação é que determina quais os detalhes para ele prestar atenção e se aproximar. A câmera na cabeça do médico, assim, mostraria exatamente aos estudantes distantes a característica da condição do paciente que o doutor estava vendo, mas não o fundo que levou aquela característica a se salientar para o médico se aproximar. O tele-interno seguramente aprenderia algo através de uma imagem televisionada do que o médico presta atenção, mas ele ou ela permaneceria sempre prisioneiro da atenção fixa do doutor, da mesma maneira que em um tele-aula o professor é prisioneiro do operador da câmera e o som projetado na distante sala de palestras. Já a habilidade para aproximar de o que é significante é uma das habilidades mais importantes que o interno tem que aprender.

Assim, por que não ter também uma câmera e microfone que registre e transmite a cena do ambiente inteiro do hospital? À distância o interno poderia assistir então, em uma tela dividida, o fundo e em que o médico focaliza sua atenção, e assim aprender a notar essas características da cena global que solicita a atenção do doutor.

Aqui, como no caso das palestras, o problema está nos detalhes de fenomenologia. Para o médico que está realmente envolvido na situação, não é como se ele tivesse duas visões - uma, uma visão de grande abertura angular da situação de geral interpretação, e a outra, uma grande aproximação dos detalhes no que ele focou. Tornando-se um especialista em diagnóstico, o médico tem aprendido a ver uma situação já interpretada onde certas características e aspectos espontaneamente sobressaem como significante, da mesma maneira, como umaa pessoa fica familiar com uma cidade estranha, deixando de se parecer uma confusão de edifícios e ruas e desenvolvendo o que Merleau-Ponty chama uma fisionomia familiar. O interno está tentando, entre outras coisas, precisamente adquirir a compreensão da percepção da fisionomia do médico.

Então por que, se o interno vê a correlação entre a cena da geral interpretação em uma metade da tela e as características pertinentes na outra, ele não pôde adquirir a compreensão de fisionomia do doutor? Precisamente porque a tecnologia priva o estudante do envolvimento completo em um real ambiente de ricos onde ele tem que interpretar a cena e aprender com seus erros, Merleau-Ponty discutiria que, se a pessoa não tem a experiência de aproximar-se dos detalhes que, em base de experiência anterior, venha extrair a atenção da pessoa, e então descobrindo de forma difícil quando alguém está certo e quando a alguém estiver enganado sobre os detalhes pertinentes, a pessoa não achará que a cena se torna cada vez mais cheia de significados. Assim, o aprendiz à distância não aprenderá a responder à cena global sendo absorvido para aproximar do que é importante. Mas isto é precisamente o que o interno tem que aprender se ele for se tornar um especialista em diagnósticos.

Na real situação de aprendizado, em que o paciente, o médico, e os internos estão diretamente presentes, os médicos principiantes podem transferir suas atenções para novos detalhes que eles acham importantes e então descobrir se eles tinham razão ou perderam algo importante. Se eles estão assim envolvidos, então, com todo sucesso e fracasso, muda a organização global de seus motivos, de forma que em futuros encontros um diferente aspecto se sobressairá como significante. Há uma interação constantemente enriquecida entre os detalhes e a significação global da situação. Merleau-Ponty chama este tipo de retorno entre as ações da pessoa e a percepção do mundo, o arco intencional. E ele mostra que só funciona se o percebedor estiver usando o corpo dele como um "eu posso", quer dizer, neste caso, se ele controla onde ele olha.

Assim, para aprender a ver o que o médico vê, o tele-interno deve estar capaz de controlar a direção que aponta cada câmera e quanto cada uma se aproxima ou distancia. Afinal de contas, assistindo partidas de futebol americano na televisão, por exemplo, a pessoa pode ficar competente, seguindo a bola, predizendo e até mesmo interpretando os jogos. Assim, a pessoa poderia pensar que somando as direções para onde a pessoa olhou, permitiria o tele-estudante a adquirir um tato especialista para qualquer domínio de habilidade. Em tal ideal organização de ensino à distância, qualquer coisa solicitada para aprender seria omitida?

Como nós vimos no segundo capítulo, o estudante se torna um perito reagindo a situações específicas, e levando ao coração os resultados. Com base em tal suficiente experiência, o cérebro do novato vem conectar a percepção e a ação de forma que gradualmente, em uma situação semelhante para um que já foi experiente, o representante faz uma resposta imediatamente semelhante para a resposta que trabalhou na última vez que o estudante estava naquele tipo de situação. Mas isto requer que as situações de aprendizagem em qual adquirem uma habilidade seja suficientemente semelhante a situações atuais, de forma que as respostas que a pessoa aprendem treinando sejam levadas para o mundo real

Assim, qualquer forma de aprendizado à distância, se interativo ou não, tem que enfrentar um desafio final. A tele-presença pode reproduzir o senso de estar na situação que é de transferir aprendizado para o mundo real? Os professores experientes e fenomenologistas concordam que a resposta é '"não". Para ver de forma completa e extrema o tipo de presença incorporada qualquer tentativa para transmitir uma presença completa não pode se capturada, pode-se ajudar com um exemplo de um esporte físico, como futebol americano

Barry Lamb, treinador do Time futebol americano Jovem Universitário de Brigham e autor do All-American linha traseira e defensivo final em Santa Barbara CC (1973-74), relatou o seguinte:

Nossos jogadores podem aprender uma grande jogada assistindo filmes, mas só para um ponto. É difícil de dizer o que exatamente que você não pode aprender assistindo um filme, mas um jogador bom aprende a sentir a situação global e a fazer coisas instintivamente, o que não faz sentido se você só estiver olhando para o que você pode ver em um filme. A maioria dos filmes de jogos, claro que, não são tirados da perspectiva de um jogador. Mas se você pudesse corrigir isso, a profundidade de campo nunca é a mesma em filme como é na vida real. Isso significa que você realmente não pode aprender a ver o campo de no jeito certo, ou adquire um senso para o tempo do jogo. Além, há mais a aprender como ver um jogo se desenvolvendo que somente ter sua cabeça ou olhos apontados na direção certa. Nossos jogadores precisam aprender a usar a visão periférica deles para adquirir uma sensação para o que vai estar ao seu redor, e o que sua visão periférica conta para você fazer ao ver o que vai acontecer algo diferente em sua frente. Além disso, as emoções do jogo mudam como um jogador vê o campo, e essas não são coisas que alguém pode obter de um filme.
Outro modo para ver como o filme é muito improdutivo para ensinar tudo que nossos jogadores precisam aprender, é que se percebe que os jogadores adversários não estão ameaçando em filme da mesma forma que eles estão na vida real. O fato que há onze jogadores na frente de você que querem realmente o ferir o faz ver e entender as coisas de forma diferente.
Em soma, aprender a fazer a coisa certa, uma coisa que às vezes não faz sentido, é algo que só pode acontecer quando uma pessoa presente experimenta uma situação inúmeras vezes, se em prática ou na vida real.


Tudo isso, sugere que estudantes à distância que olham a tela e ouvem som estéreo poderiam ser capazes de desenvolver um grau de competência. Assim, um interno poderia ficar competente a reconhecer e, talvez, antecipando muitos dos sintomas até mesmo que o médico tinha mostrado, da mesma maneira que um ávido espectador da televisão pode aprender a reconhecer e a antecipar muitos dos jogos no campo de futebol americano. Além disso, se o estudante pudesse ver a cena transmitida por câmeras colocadas exatamente onde o estudante incorporado normalmente estaria colocado, ele poderia ser até mesmo capaz de se tornar proficiente. Mas para tais estudantes à distância ainda faltaria a experiência que vem de responder diretamente as situações arriscadas e ricas percepções que o mundo apresenta. Sem uma experiência dos sucessos estando presente e fracassos em situações reais, tais estudantes não poderiam adquirir a habilidade de um perito que responde imediatamente para apresentar situações de forma ágil. Assim nós temos que concluir que não podem ser adquiridas perícias desincorporadas no ciberespaço. Todavia, a aprendizagem só pode acontecer nas situações compartilhadas de casa, do hospital, do campo de jogo, do laboratório, e dos locais de produção de artes. A aprendizagem à distância é um paradoxo.

Uma vez nós vemos que há um modo de estar diretamente presente das coisas e das pessoas que são negadas por Descartes e toda filosofia moderna, nós vemos que pode haver limitações básicas na tele-presença, que vai longe, além dos problemas do ensino à distância. Onde a presença das pessoas é preferencial do que a dos objetos é preocupante, nós sentimos uma diferença crucial entre elas, nós temos os cesso através do nosso distante senso de audição, visão, etc. e a presença de corpo inteiro que está literalmente dentro do alcance do braço. Esta presença de corpo inteiro é mais que o sentimento de eu estar presente no lugar de um braço de robô que eu estou controlando de longe por interação em tempo real. Nem é somente uma questão de sensores externos dos robôs, de forma que, por eles como próteses, nós podemos tocar outras pessoas a uma distância. Até mesmo a interação de pessoa-robô mais suave nunca seria uma carícia, nem a pessoa poderia usar prosperamente um delicado controle e um contato sensível com o braço de robô para dar para a alguém um abraço. Seja qual for o abraço, para pessoas, eu estou completamente certo que não será utilizado o tele-abraço. E qualquer ato de intimidade mediado por qualquer tipo de prótese de robô seguramente seria grotesco, se não obsceno. Até mesmo se nossa tele-tecnologia vai além da imaginação de E. M. Forster de forma que eventualmente nós podemos usar braços e mãos robóticos por controle remoto para tocar outras pessoas, eu duvido que essas pessoas pudessem adquirir um senso de quanto confiar um no outro, até mesmo se eles pudessem fitar os olhos nas suas respectivas telas, ao mesmo tempo, usando suas mãos robóticas para se cumprimentarem.

Talvez, um dia, nós deixaremos de perder este tipo contato corporal, e tocar outra pessoa seja considerado rude ou asqueroso. E. M. Forster pressente tal futuro em sua história:

Quando Vashti [a aeromoça) desviou-se dos raios de sol e escorregou de forma bruta - ela estendeu sua mão para firmar-se. *Como ousa! ' exclamou o passageiro, *Você se esquece! * A mulher estava confusa, e se desculpou por ter tocado nele em sua queda. Pessoas nunca tocaram um aos outros. O costume tinha ficado obsoleto, devido à Máquina.

Porém, por enquanto os banqueiros de investimento sabem que para conseguir que dois CEOs confiem suficientemente um no outro para fundir suas companhias, não é suficiente que eles tenham muitos tele-conferencias. Eles têm que conviver juntos durante vários dias para interagirem em um ambiente compartilhado, e é bastante provável que eles farão seu acordo finalmente durante o jantar.

Claro que, há muitos tipos de confiança, e a confiança que nós temos que nosso certeiro entregará nossa correspondência não requer olha-lo no olho ou dar um aperto em sua mão. O tipo de confiança que requer tal contato de corpo é a confiança que alguém agirá simpaticamente aos nossos interesses e até mesmo quando for contra eles.

O que é a conexão entre tal confiança e presença incorporada? Talvez nosso senso de confiança tem que utilizar o senso de segurança e bem-estar presumidamente em cada experiência nossa como, o cuidado com o bebê em nossos braços. Nosso senso de realidade, então, não estaria em prontidão por um vôo de um animal caçado; também poderia ser o sentimento de alegria e segurança de se importar. Nesse caso, até mesmo as formas mais sofisticadas de tele-presença podem parecer bem remotas e até mesmo obscenas,. se não de algum modo, conectado com nosso senso de calor, cercando, aproximando-se de um corpo humano de carne e osso.

Além disso, parece que para confiar em alguém você tem que se fazer vulnerável para ele ou o ela, e eles têm que ser vulnerável a você. Parte da confiança está baseada na experiência que o outro não tire proveito da vulnerabilidade da pessoa. Eu tenho que estar no mesmo quarto com alguém e saber ele poderia me ferir fisicamente ou publicamente poderia me humilhar e observar que ele não faz isto, assim eu posso confiar nele e posso me fazer vulnerável para ele de outros modos.

Não há nenhuma dúvida que a tele-presença pode prover algum senso de confiança, mas parece ser um senso muito atenuado. Talvez no mundo futuro da Internet nós não iremos menos aos lugares, preferindo a tele-presença em total isolamento, como os macacos de Harlow que, faltando uma real mãe, se afastam do arame e agarram-se em um tecido atoalhado desesperadamente - sem nunca saber o real conforto e segurança dos braços de uma mãe.

Não é que nós confiamos automaticamente em qualquer um que nos abraça. Longe disto, da mesma maneira que para Merleau-Ponty está somente no fundo de nossa fé encarnada na presença e na realidade do mundo da percepção que nós podemos duvidar da realidade de qualquer percepção específica experimentada, assim nós parecemos ter uma predisposição para confiar nesses que nos tocam ternamente, e é só na base Urtrust que nós podemos ser desconfiados de qualquer caso específico. Se aquela confiança estivesse se perdendo, como estaria acontecendo no ciberespaço, nós poderíamos tender a ser suspeitos da confiança de toda interação social e reter a nossa confiança até que nós poderíamos confirmar sua justificativa. Tal descrença complicaria se não envenenássemos toda a interação humana.

Conclusão

Nós vimos agora que nosso senso da realidade das coisas e das pessoas e nossa habilidade para interagir efetivamente com elas depende do modo como nosso corpo trabalha silenciosamente em seu interior. Essa habilidade para adquirir coisas provêm do nosso senso da realidade, que nós estamos fazendo e estamos pronto para fazer; isto é, em troca, nos dá um senso do nosso poder e de nossa vulnerabilidade com riscos da realidade do mundo físico. Além disso, a habilidade do corpo de apontar para o que é significante, e então preservar o entendimento da nossa consciência interior, nos permite perceber situações mais refinadas e responder habilmente cada vez mais; esta sensibilidade para humor abre nossa situação social compartilhada e faz as pessoas e as coisas serem importantes para nós; e esta tendência para responder e para dirigir compromissos com outros corpos positivamente; fundamenta nosso senso de confiança e assim sustenta nosso mundo de interpessoal. Tudo isso que o nosso corpo faz é sem esforço, comodamente, e prosperamente, quase não é notado. É por isso que parece tão fácil pensar que no ciberespaço nós poderíamos nos dar bem sem ele, na realidade, isto seria impossível de ser fazer.

Traduzido por Graciela Dias de Oliveira. Tradução ainda não revisada.







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